Introdução
Os leilões extrajudiciais são uma forma de venda de bens que ocorre fora do âmbito judicial, sendo regidos pela Lei nº 9.514/1997. No entanto, em alguns casos, é possível que ocorram nulidades durante o processo de leilão, o que pode levar à anulação do leilão. Neste artigo, vamos abordar como anular um leilão extrajudicial de imóvel, com as principais nulidades dos leilões extrajudiciais e como anular os leilões extrajudiciais de forma fundamentada, com base nas fontes legais e de jurisprudência.
Principais Nulidades dos Leilões Extrajudiciais
- Falta de publicidade adequada Um dos requisitos para a realização do leilão extrajudicial é a publicidade adequada, que deve ser feita em jornais de grande circulação e no Diário Oficial. A falta de publicidade adequada pode ser considerada uma nulidade e pode levar à anulação do leilão.
- Falta de notificação prévia Outro requisito para a realização do leilão extrajudicial é a notificação prévia do devedor. Caso o devedor não seja notificado com antecedência suficiente, o leilão pode ser considerado nulo.
- Valores irrisórios Se o valor do bem a ser leiloado for considerado irrisório, ou seja, muito abaixo do valor de mercado, isso pode ser considerado uma nulidade e pode levar à anulação do leilão.
- Ausência de comprovação da propriedade Para que um bem seja leiloado, é necessário que o vendedor comprove que é o proprietário do bem. Caso não haja essa comprovação, o leilão pode ser anulado.
Como anular os leilões extrajudiciais
Para anular um leilão extrajudicial, é necessário ingressar com uma ação judicial. Para isso, é importante que o interessado tenha em mãos todas as provas que fundamentem a nulidade do leilão. Além disso, é importante que a ação seja proposta dentro do prazo de 2 anos, a contar da data de realização do leilão, conforme determina o artigo 1.015 do Código de Processo Civil.
Jurisprudências relevantes
A jurisprudência dos tribunais brasileiros é farta em casos envolvendo a anulação de leilões extrajudiciais. Abaixo, citamos algumas decisões relevantes sobre o tema:
- “A falta de intimação da devedora, como exigido pelo art. 26 e 27, ambos da Lei nº 9.514/97, é causa de nulidade do leilão extrajudicial e da alienação do bem por ela promovida, tornando-se possível a devolução do bem ao seu legítimo proprietário.” (TJ/SP, Apelação Cível nº 0001873-17.2015.8.26.0451)
- “A realização do leilão com preço vil e desproporcional, notadamente em face do valor venal do bem, enseja sua nulidade, possibilitando a reintegração de posse.” (TJ/RS, Apelação Cível nº 70079066557)
Conclusão
Portanto, os leilões extrajudiciais são uma forma legal de venda de bens, mas é importante que sejam realizados em conformidade com a lei. Caso ocorram nulidades no processo de leilão, é possível ingressar com uma ação judicial para anular o leilão. Para isso, é necessário que o interessado tenha em mãos as provas que fundamentem a nulidade do leilão.
Além disso, é importante que a ação seja proposta dentro do prazo de 04 anos, a contar da data de realização do leilão, conforme determina o artigo 178, II, do Código Civil.
Por fim, é importante destacar que a anulação de um leilão extrajudicial não significa necessariamente que o bem será devolvido ao seu proprietário original. Em alguns casos, pode ser necessário que sejam realizados novos leilões ou que o valor pago pelo arrematante seja devolvido. Por isso, é fundamental que a ação seja proposta com o auxílio de um advogado especializado em direito imobiliário.
Referências:
- Lei nº 9.514/1997
- Código Civil
- Código de Processo Civil
- TJ/SP, Apelação Cível nº 0001873-17.2015.8.26.0451
- TJ/RS, Apelação Cível nº 70079066557